sexta-feira, 19 de outubro de 2007

O falcão George W Bush

"Falcões" designa nos dias de hoje, aqueles que antigamente se identificavam com a figura do "guerreiro"; e "pombas", aqueles que antigamente se identificavam com a figura do "santo". Por que "santo"? certamente porque antigamente o guerreiro era uma figura de importância fundamental da sociedade. Os guerreiros eram os esteios, os suportes da sociedade, dotados de virtudes inerentes à sua condição - guerreiro era aquele que colocava sua vida em risco em prol da existência do grupo -. Guerreiro era sinônimo de coragem, para dizer o mínimo. E santo como sinônimo de adepto da paz ganhou esse sentido após o advento do cristianismo. Porque entre os pagãos havia até o "deus da guerra".
O fato é que não se usa mais o binômio "guerreiro" versus "santos"; agora é "falcões" contra "pombas".
Sendo que falcão é para satisfazer o cabotinismo dos que amam a guerra. Na verdade a etiqueta que melhor perspegaria neles seria a de ABUTRES! devido ao gosto pelos cadáveres.

O guerreiro de antanho se confundia com a figura do caçador, o mesmo homem que fazia a guerra saia para abater os animais que seriam deglutidos pelo grupo.
Guerreiros e caçadores eram figuras louváveis no tempo do arco e flecha, da lança e do tacape. Hoje em pleno Terceiro Milênio, no tempo das armas atômicas, das armas químicas e biológicas, essas figuras tornaram-se tão anacrônicas e ridículas quanto perigosas.
Nos dias de hoje o cidadão consciente precisa identificar esses mensageiros da morte para afastá-los do poder na hora de votar.
Agora mesmo George W Bush um notório representante do grupo dos abutres está brandindo com a ameaça de uma terceira guerra mundial para justificar uma invasão do Irã.
A ameaça mentirosa das "armas de destruição em massa" não colaria mais.
Está na hora de o povo americano dar um pontapé na bunda desse guerreiro ridículo, antes que o mundo tenha que se unir para fazer isso, uma solução que talvez não funcione mais posto que o Hitler dos dias de hoje conta com armas para destuir o planeta inteiro inúmeras vezes.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Uma nova fronteira: a ciência da paz

UMA NOVA FRONTEIRA: A CIÊNCIA DA PAZ

Simon Schwartzman

Pelo menos setenta instituições de tipo científico se dedicam hoje em dia, de maneira exclusiva ou preponderante, aos problemas relacionados com guerra e paz. Este é o resultado de um estudo realizado para a UNESCO pelo Instituto de Pesquisas para a Paz, de Oslo (Peace Research Institute of Oslo - PRIO)(1) evidenciando que já se pode falar, com propriedade, de uma Ciência da Paz, senão o como um resultado adquirido, pelo menos como uma atitude, uma perspectiva e um tipo de orientação em rápido progresso. Destas setenta instituições, trinta e cinco estão nos EEUU e Canadá, vinte e seis na Europa Ocidental, sete na Europa a Oriental e URSS(2), uma na América Latina (México) e uma na Ásia Trinta destas instituições foram criadas depois de 1958, o que mostra bem o caráter recente deste tipo de atividade acadêmica. É quase incrível que quase nada disto se saiba no Brasil, que em geral sempre foi expedito em acompanhar dc perto as atividades intelectuais e científicas do mundo desenvolvido. Mostrar, em suas linhas gerais, o que é esta nova Ciência da Paz, discutir o por quê ela não tem encontrado repercussão em nosso meio, as conseqüências deste fato, tentar abrir algumas perspectivas, este é o objetivo deste artigo. ERA UMA VEZ UMA POMBA BRANCA... Enquanto os meios ligados às ciências sociais no Hemisfério Norte assistem a esta efervescência, o problema da Paz, com tudo o que ele, implica, parece ter caído de moda no Hemisfério Sul, a tal ponto que mostrar-se pacifista chega a ser até vergonhoso em muitos meios. A explicação disto pode estar em parte, no fato de que a palavra Paz - e a inefável pomba branca - parecem haver, se queimado com a história dos movimentos mundiais pró- paz, e suas vicissitudes políticas. Grandemente desenvolvido nos primeiros anos da década de 50, graças ao apoio dos países e partidos comunistas, que lhe davam extensão e força, e de personalidades não comprometidas partidariamente - de Sartre a Bertrand Russel - que lhe davam amplitude, este movimento não foi capaz de subsistir ao impacto da revolução húngara, do conflito árabe-israelita, do conflito indo-chinês e tantas outras crises internacionais nas quais a definição do que significava realmente uma atitude pacifista era função, em geral, de uma tomada de posição com um ou outro bloco. Além do mais, uma das principais reivindicações dos movimentos pró-paz - a convocação de uma reunião de cúpula - foi realizada mais de, urna vez, sem os resultados milagrosos que muitos esperavam. A União Soviética trocou a expressão paz por coexistência pacifica, e os movimentos pró-paz passaram a uma vida latente, dando apenas alguns sinais de vida nas marchas anti-atômicas de Semana Santa na Inglaterra e Alemanha, nas manifestações individuais dos objetores de consciência ao serviço militar, ou ao trabalho científico de tipo militarista. Aos olhos do mundo, o pacifismo transformou-se quase em unia excentricidade de utópicos e sonhadores, quando não simplesmente loucos. Um novo alento ao movimento pró-paz parece ter surgido quando o primeiro morria, com o surgimento na arena internacional dos países da Terceira Força. A conferência de Bandung, abril 1955, marca a entrada destes países na arena mundial. A presença da tradição pacifista da Índia, a autonomia iugoslava e Indonésia, a adolescente revolução chinesa davam a nota principal. Em 1 957, era a inauguração da política chinesa das cem flores, de tão curta vida, mas que parecia indicar que também este país estava entre os que fariam tudo para pôr fim à política dc blocos, causadora da guerra fria. Poucos poderiam prever, àquela época, a situação dos dias atuais, em que os países de Bandung - China e Indonésia à frente - seriam os maiores obstáculos à colaboração que passou a ser o interesse das grandes potências. O conflito indo-chinês - com o afastamento de Krishna Menon, o mais decidido neutralista, do governo indiano - o conflito árabe-israelita, o conflito indonésio - malaio, sem falar na guerra do Vietnam - tudo isto indica que a palavra Paz entra cada vez menos no vocabulário dos países emergentes. Por comunista ou por anti-comunista, por progressista ou reacionário, falar em paz parece significar, de boa vontade, viver em um mundo dos sonhos, de má vontade fazer o jogo do adversário, seja ele qual for. Porque, efetivamente, a palavra paz não é querida em tempos de guerra, a não ser como um instrumento da própria guerra. Combater uma luta muitas vezes implica defender um status quo e, conseqüentemente alinhar-se a um dos lados, ou negar razão a ambos e ser rejeitado pelos dois. E no entanto, para quem não aceita o tipo de raciocínio segundo o qual as guerras não fazem mal aos povos, que poderão depois gozar de períodos pacíficos em que as populações crescerão novamente e que a presença de armas atômicas não altera isso, o problema da paz segue sendo básico. Mais do que uma posição de principio contra a violência, ser pacifista hoje em dia significa partir da hipótese de que a guerra atômica será, simplesmente, o fim. Nenhum artificio de raciocínio pode ocultar o fato de que uma guerra nuclear significaria uma destruição incalculável de vidas e civilização, e ninguém pode afirmar com certeza que a humanidade seria capaz de subsistir biologicamente a ela independentemente das vicissitudes políticas que a palavra paz possa ter sofrido, esta continua a ser a questão fundamental de nossos dias Ser pacifista, hoje, em dia, não pode implicar simplesmente a repetição contínua do "amai-vos uns aos outros." Os conflitos existentes são reais, muitos se dispõem a morrer por eles, e uma máxima abstrata não poderá ter o menor efeito em relação a isto. Ser pacifista implica, antes de tudo, conhecer os problemas que estão à base dos conflitos e tentar encontrar, propor e forçar soluções que reduzem ao mínimo a violência, e afastem ao máximo as possibilidades da catástrofe atômica. Daí que é necessário, ao mesmo tempo, conhecer e agir, uma ciência e uma política da paz POLÍTICA E CIÊNCIA DA PAZ Talvez porque a paz seja um problema mais sentido e desejado para os países desenvolvidos que para os subdesenvolvidos, talvez porque as ciências sociais nos países desenvolvidos estejam mais adiantadas que nos outros, talvez porque nos países desenvolvidos não existem outros grandes problemas urgentes a serem resolvidos, e a presença das armas atômicas é mais concreta - muito provavelmente por todas estas razões - o fato é que a ciência da paz vem se desenvolvendo quase que exclusivamente nestes países. Seria um erro crasso, no entanto, crer que a simples compreensão destes motivos basta para conhecer o sentido e caráter desta nova disciplina, da mesma maneira que conhecer os problemas de infância de Marx nos ensina muito pouco de marxismo. Ainda que condicionada politicamente, a atividade de tipo científico não se reduz à política, e deve ser entendida em si mesma. A melhor maneira de ver em que consiste esta ciência da paz será, exatamente, examinando suas diferenças com a política para a Paz. Esta diferença é uma questão de objetivos imediatos, de grau, de estilo, de base institucional. Como questão de objetivos imediatos, é próprio da atividade política a seleção de alguns slogans ou palavras de ordem relativamente simples, e a mobilização de grandes recursos organizacionais, governamentais, partidários, publicitários, etc., que possam convertê-los em realidade. Colocar o tema da Paz na ordem do dia é uma questão de oportunidade, a ser decidida em termos de tática política, independentemente da estratégia mais geral. É assim que, por exemplo, a política soviética pró-paz tem sido muitas vezes acusada de insincera, com o mesmo tipo de argumento com que muitos afirmam que a atitude chinesa contrária à coexistência pacífica não é, em última análise, uma posição belicista. A atividade científica, em contrapartida, menos capaz de impor soluções a curto prazo, se concentra em uma pluralidade de temas, direta ou indiretamente ligados à consecução de uma ou outra estratégia específica, e procura examinar estas estratégias em detalhe, preocupada menos em impor uma ou outra solução, e mais em examinar estas estratégias em detalhe, conhecer os mecanismos de conflito e soluções pacificas, abrir novas perspectivas e pôr em questão preconceitos antigos. Esta diferença nos objetivos imediatos repercute, imediatamente, na questão do grau em que os diversos temas relativos à guerra e paz são abordados. Na falta de urgência em impor uma idéia específica, os problemas podem ser abordados por uma multiplicidade de aspectos, desde o nível inter-individual até o internacional, no passado, no presente ou no futuro. Assim, de acordo com o estudo PRIO - UNESCO indicado anteriormente, mais de 30% das Instituições recenseadas realizam ou realizaram estudos sobre teoria geral dos conflitos, problemas de desenvolvimento econômico, teorias de equilíbrio de poder, diplomacia, conseqüências econômicas do desarmamento, efeitos da opinião pública sobre a política exterior, estratégia militar, técnica de controle de armamentos, papel das elites em decisões sobre política externa, processos de tomada de decisão em política externa. Alem disso mais de 30% pretendem realizar estudos sobre os fatores que contribuem à integração internacional, sobre o papel dos instrumentos de comunicação de massas na formação da opinião pública em questões de política externa, sobre as fontes e componentes do nacionalismo, além de estudos históricos sobre relações pacificas entre nações. A diferença em estilo reside em que, sem interesse ou condições de dar divulgação maciça a seus trabalhos, as atividades científicas utilizam todos os recursos que os modernos instrumentos de conhecimento podem fornecer. Dos dezoito artigos publicados em 1964 pelo Journal of Peace Research, seis contêm análise estatística sistemática, quatro utilizam instrumental matemático de difícil acesso ao leigo(3). A falta de um compromisso imediato com qualquer linha política especifica - mesmo que possa haver um compromisso a longo prazo - permite que o tom hipotético seja preferido ao dogmático e a observação, o registro e a interpretação ao julgamento das atividades políticas e conflitos existentes. A principal diferença institucional entre a política e a ciência da paz é aquela que já assinalamos: enquanto a primeira procura ser um corpo imenso dirigido por um cérebro restrito a ideias simples, a segunda se assemelha mais a grandes cérebros desprovidos de membros. A primeira conseqüência desta diferença e que as instituições dedicadas aos problemas de paz são formadas quase exclusivamente por pessoal de nível universitário. Mais de 70% das instituições recenseadas incluem especialistas em ciência política e relações internacionais em suas equipes, mais de 40% incluem especialistas em história, sociologia, psicologia social e economia. Uma outra característica, ligada a esta, é que estas instituições são em geral ligadas a universidades (41%) ou independentes (43%) E esta independência parece ser, realmente efetiva, dado que apenas 21 % recebem mais da metade de seus recursos dos respectivos governos, o que é ainda mais significativo se consideramos a independência de que gozam, em geral, os institutos universitários, mesmo quando subvencionados oficialmente. OS TEMAS Delimitar as fronteiras de uma disciplina que nasce é sempre problemático, como problemático - e não muito relevante - é discutir se a Ciência da Paz constitui, realmente, uma ciência nova, ou simplesmente o prolongamento de antigas. Na realidade, é o termo Peace Research - Pesquisas sobre a Paz - que vem caracterizando esta nova disciplina, indicando antes de tudo a área de problemas a que se refere. Vale a pena examinar com mais detalhe esta área. A primeira distinção que pode ser feita é entre Paz negativa e Paz positiva, a primeira significando tudo o que se refere à solução de conflitos, a segunda relacionada às condições de estabelecimento de colaboração e cooperação. Esta distinção dá o marco geral dos temas a que a Ciência da Paz se dedica. Como paz negativa, o que interessa antes de tudo é como pôr fim às guerras, e na base deste problema está o de se saber como e por que as guerras existem. E como as guerras são uma forma específica de conflito, as teorias gerais de conflito e resolução de conflito encontram, aqui, lugar preponderante. Conflitos podem se dar no nível dos indivíduos, dos grupos, das nações, e estudos são realizados a cada um destes três níveis, ao mesmo tempo em que - é uma tendência natural das ciências - se busca o estabelecimento de teorias gerais que possam abranger simultaneamente a todos eles. Ao lado destes estudos de tipo teórico, que se valem das técnicas de experimentação com pequenos grupos, simulação, construção de modelos seguindo as teorias dos jogos, etc., estudos de tipo mais específico são realizados sobre alguns conflitos de relevância histórica. No volume 1 do Journal of Peace Research, podemos encontrar títulos tais como "A Structural Theory of Aggression" (Johan Galtring, pag 95), "Affect and Action in International Reaction Models" (O. R. Holsti, R. A. Brody e R. C. North, pag. 170), ao lado de outros tais como "Sino-Indian Relations: A Study of Trade, Communication and Defence" (P. Smoker, pág. 65). Tão importante quanto saber como e por que os homens lutam é saber como e por que eles param de lutar. Conflitos sempre existem e em todas as sociedades, e não constituem, em si mesmo, um fato negativo(4); nem todos os conflitos levam à guerra, nem todas as guerras levam à destruição total do adversário. Os estudos de mecanismos de solução de conflito - cujo exemplo mais evidente é a institucionalização dos sistemas judiciários - ocupam um lugar teórico de máxima importância, cuja aplicação fundamental se refere à criação e estabelecimento de mecanismos e instituições que possam institucionalizar os conflitos internacionais. contemporâneos, a Organização das Nações Unidas em primeiro lugar. Um capítulo especial da solução de conflito é o relativo ao desarmamento. Além de ser um problema político, que exige uma disposição anti-belicista, o problema do desarmamento é um problema técnico de não simples solução. Como combinar a redução de armamentos com a manutenção de um equilíbrio de forças entre os adversários, de tal maneira que um não se coloque, a um dado momento, à disposição do outro? Uma solução simples seria que os dois ou mais adversários se convencessem da sinceridade dos demais - mas não seria possível realizar o desarmamento mesmo em um clima de desconfiança, por procedimentos técnicos seguros, o que daria base, posteriormente, ao relaxamento da tensão? A proposição de técnicas de combinar o sistema de inspeção, preconizado pelos Estados Unidos, com o sistema de verificação preconizado pela União Soviética, através da inspeção por áreas, é um bom exemplo da colaboração que pode ser dada. A idéia consiste simplesmente em dividir os territórios dos países em um série de áreas que seriam abertas à inspeção do adversário por sorteio Desta forma seria garantido o segredo militar nas demais áreas não sorteadas, e poder-se-ia confiar em que os países tratariam de distribuir seus armamentos de forma homogênea entre as diversas possíveis zonas de inspeção(5). Propor soluções deste tipo é uma questão de imaginação criadora, mas sua elaboração sistemática exige tratamento rigoroso. Dados dois adversários, com três linhas de ação em um conflito, como é o de se esperar que o conflito se desenvolva?
Para três estratégias S1 e dois adversários, nove possíveis soluções, que terão um valor específico para cada lado. Que fará A? Depende dos valores que A possa obter, e da percepção que A possa ter do que fará B; e reciprocamente. Definir as diversas estratégias existentes e possíveis, calcular os valores dc cada cela da matriz resultante, tentar predizer ou propor soluções para estes tipos de jogos é todo um campo imenso de estudos. Além do mais, após o primeiro jogo, a situação já será diferente, os termos do problema serão outros. Quais serão os problemas existentes em um mundo desarmado, ou desarmando-se? Estarão os Estados Unidos - ou a URSS - em condições de reagir satisfatoriamente a uma crise internacional do estágio III de um programa de desarme por eles mesmos sugerido e, hipoteticamente, adotado? O Centro de Estudos Internacionais do Instituto Tecnológico de Massachussetts (MIT) vem realizando uma série de estudos sôbre questões como esta por técnicas de simulação, e uma conclusão típica é que "in the Stage III game US residual power appeared adequate to deal with a single hemisphere crisis but US relations with "client" states elsewhere would certainly have to alter radically..."(6) Seria infantil supor que um país como os EEUU, Ou URSS, aceitariam um plano de desarme sem pensar cm todas as conseqüências que possa ter, e mostrar soluções viáveis para ambas as partes é um dos principais caminhos de obter acordo. E, além das conseqüências estratégicas, existem as conseqüências secundárias: como seria a economia em um mundo desarmado? É verdade que a economia capitalista depende da produção de armas? E a economia socialista? Que pressões um governo teria que responder, se aceitasse uma política desarmamentista? Que destino poder-se-ia dar à capacidade industrial dedicada à produção armamentista? As questões se sucedem ao infinito. Em relação à paz positiva, os problemas a estudar se referem às possibilidades de cooperação e integração internacional. Dado que é absurdo pensar que uma paz duradoura possa ser estabelecida por técnicas de manutenção de status quo em situações de atraso e subdesenvolvimento, os problemas relativos ao desenvolvimento econômico ocupam lugar primordial Quais as condições que propiciam a integração dos países subdesenvolvidos em unidades político-econômicas mais amplas, se esta integração é condição necessária para a desenvolvimento? Se o desenvolvimento exige luta política interna ou externa aos países, que estrategias permitiriam conseguir os mesmos objetivos com um mínimo de violência e um mínimo de risco à paz mundial? Se a assistência técnica e econômica dos países desenvolvidas é uma condição necessária para a desenvolvimento, como estes planos de auxílio vêm se desenvolvendo, e em que medidas são ou não eficazes? Que papel desempenham ou podem desempenhar os organismos internacionais como UNESCO, FAO, etc., nestes planos de assistência técnica? São efetivos, ou tão somente realizam a política das grandes potências? Como é possível transformá los? Que papel podem desempenhar em sua orientação e transformação os pequenos países? Etc etc Este é um quadro rápido e sumário. mas dá uma idéia dos temas a que Peace Research vem se dedicando e das possibilidades que implica. "Muito bem, tudo isto é muito lindo Mas que sentido tem este trabalho hermético de intelectuais sem poder de decisão, realizando estudos inacessíveis ao homem do povo?" Ainda que distinta da política, a Ciência da Paz tem sua política, e é a ela que dedicamos a última parte deste artigo. A POLÍTICA DA CIÊNCIA DA PAZ Apenas 16% das instituições consultadas no estudo a que nos referimos mais acima creem que as que se dedicam à Ciência da Paz devem abster-se da política. Isto reflete a fato dc que, ainda que a atividade científica, enquanto tal, é independente da participação política, não há incompatibilidade entre os dois tipos de atividades. Fora do laboratório, ou do escritório, a cientista da paz será, muito freqüentemente, um militante partidário, um escritor panfletista, um homem de governo, que procurará utilizar na prática os conhecimentos que seus estudos lhe proporcionam, ou pô-los ao conhecimento do grande público ou de responsáveis pelas tomadas de decisão política. Como fazê-lo é uma questão dc opção pessoal, de personalidade, de oportunidade. O professor Irving L. llorowitz afirmava, em uma conferência em Buenos Aires algum tempo atrás, que "a grande tarefa do cientista social em nossos dias é convencer os generais a não apertarem o botão". Amitai Etzioni, em Winning Without War, procura mostrar como o governo norte-americano poderia, sem abandonar seus objetivos e valores principais, adotar uma estratégia internacional mais efetiva, mais positiva e conduzindo à paz. Os exemplos são múltiplos. Além da política realizada em termos individuais, as instituições voltadas à Peace Research muitas vezes se atribuem e desempenham, efetivamente, o papel de conselheiros cm problemas políticos. É interessante notar que, enquanto 36% das instituições norte-americanas criadas depois de 1958 consideram que seus membros não devem participar de política (em contraste com apenas 16% no total das instituições), 43% das mesmas se atribuem o papel de assessoria política (36% para o total recenseado). Conselhos a quem? A órgãos governamentais, concluímos, ainda que os dados não o digam. Não politics, mas policy. É uma tendência tecnocrática, que indica que a ciência da paz vem se constituindo, em parte, em mais um instrumento à disposição da política dos grandes poderes, que disporão de mais este recurso para incrementar a hegemonia mundial que exercem. Esta característica se revela, também, em uma serie de temas que vêm preocupando mais e mais a muitos especialistas do campo. Problemas de assistência técnica, causas e formas de insurreição armada nos países subdesenvolvidos - e como evitá-las ou controlá-las - estudos de área (o número de latino- americanólogos, afrólogos, orientólogos, etc., cresce progressivamente na Europa e EEUU), etc. Direta ou indiretamente, dc forma explícita ou não, estes estudos contêm geralmente uma perspectiva de tipo managerial, de "como nós devemos lidar com eles" . Não é de se estranhar que os eles tendam a reagir à manipulação...Manipulação por manipulação, a pacífica é sempre melhor que a linguagem dos canhões ou dos marines. E é sempre alentador verificar o desenvolvimento desta tecnologia da paz em um mundo aonde a tecnologia da guerra, quente ou fria, física ou psicológica, assume proporções assustadoras . E este é o grande sentido político da nova ciência da Paz, um objetivo a curto e longo prazo: verificar como, e depois mostrar como a guerra deve ser abandonada não somente por imoral, por inumana, mas principalmente - o argumento que convence - por inefetiva. NÓS E A CIÊNCIA DA PAZ Por mais que a nova ciência da paz seja uma perspectiva e uma realidade promissora nos países do norte, a assimetria de desenvolvimento, ao lado de algumas características ideológicas que indicamos, constitui um tipo de ameaça para países como o Brasil. É uma doce ameaça que, levada ao extremo, nos deixaria felizes e alimentados, sob o controle e manipulação de terceiros Porque é próprio do homem buscar controlar seu próprio destino. e porque é absurdo ficar à margem deste tipo de estudos quando nós mesmos vivemos imersos em um mar de conflitos reais e potenciais, é necessário verificar as causas mais profundas desta assimetria e como seria possível invertê-la ou diminuí-la. Dois tipos de fatores podem contribuir para deter esta tendência, um inerente ao próprio desenvolvimento de Peace Research, outro em função das atitudes que possamos tomar em relação ela. O primeiro fator decorre em grande parte das características institucionais a que nos referimos mais acima Constituindo-se em instituições independentes ou universitárias, lidando com temas necessariamente internacionais, composto em sua maioria por cientistas sociais que são, como é sabido, sempre um tanto alienados en relação ao meio - no sentido em que dificilmente se integram de forma perfeita a grupos e/ou ideologias políticas - as possibilidades são altas no sentido de que Peace Research se desenvolva como uma disciplina não engajada em nenhuma política governamental específica. "( . . . ) The way to ensure a symmetric point of view (...) will probably lie in the gradual socialization of peace researches to a truly international view point where they anchor their concepts and theories in the 'health' of the international system rather than in what is good or bad for one particular nation", propõe J. Galtung como uma perspectiva para o futuro(7) Esta perspectiva aponta para a ideia da profissionalização do cientista e técnico de Paz como possuidor de um métier essencialmente internacional em sua composição, sua ética e sua base institucional. Por mais utópica que possa parecer esta ideia, ela decorre, simplesmente, de uma projeção audaciosa de algumas tendências que já hoje se manifestam. As possibilidades do estabelecimento de lealdades transnacionais, ou internacionais, são conhecidas desde os tempos de Marx, e acrescidas pelas imensas possibilidades de comunicação nos dias de hoje . Mais e mais pessoas vivem, hoje em dia, menos em um país que em um estrato internacional que ignora fronteiras e, em termos de distância social, um economista brasileiro estará muito mais próximo de um colega chileno ou norte-americano que de seu leiteiro . Além disso, o crescimento de organizações internacionais, a começar pelas Nações Unidas, e terminando pelas quase duas mil organizações internacionais não governamentais hoje existentes(8), indicam a formação de uma verdadeira mentalidade e formas de convivência internacional que podem ser exploradas e incrementadas . Esta profissionalização internacional deverá implicar, também, o estabelecimento de uma ética correspondente . Garantia do princípio de publicação de estudos realizados, recusa em participar em projetos que impliquem manipulação de terceiros, por assimetria, são elementos que podem ser partes constituintes desta ética. E, por mais que este ideal esteja colocado no futuro, sua existência como perspectiva já permite caracterizar a posição de grande parte dos que se dedicam à ciência da Paz. Por parte dos países subdesenvolvidos, a correção desta tendência de assimetria reside em que suas elites intelectuais não caiam no erro de jogar fora a água do banho e a criança, voltando as costas à ciência que se desenvolve pelos compromissos ideológicos que possa ter, ou julgá-la "demasiado desenvolvida para nós ." Este é um problema bastante mais geral. Constitui um erro perigoso, e uma atitude reacionária, supor que países como o Brasil, por serem subdesenvolvidos economicamente, devem também o ser cientificamente . Exatamente porque a ciência, em sua forma mais alta, é uma atividade de grupos reduzidos, é possível a países subdesenvolvidos - e principalmente países como o Brasil - elevá-la ao máximo, de tal maneira que o país seja capaz de encontrar soluções novas e originais para seus próprios problemas, sem necessitar de importar continuamente técnicas muitas vezes inadaptadas ou que se tornam, a curto prazo, obsoletas . E isto não se faz por um nacionalismo científico (lembremos os tempos da sociologia brasileira), mas exatamente por um cosmopolitismo que consiste em manter contato com os centros científicos mais desenvolvidos, estejam onde estiverem. Se isto é verdade para as ciências naturais, o é ainda mais para as ciências sociais, onde o relativamente baixo desenvolvimento tecnológico permite muito mais facilmente esta elevação de nível, a baixo custo. Meia dúzia de cientistas, com acesso a um computador e uma equipe de pesquisadores de campo podem constituir, facilmente, um centro de vanguarda mundial em sociologia, ciência política ou Peace Research, e isto é praticamente nada, em termos de custo, comparado aos orçamentos principescos de nossas universidades. Algumas explicações podem ser dadas de porque isto não é feito, e nos referiremos tão somente às ciências sociais. Em primeiro lugar, trata-se de um problema , simplesmente, de ignorância . Ciência se desenvolve não somente pelo estudo, mas principalmente pelo conhecimento de como o estudo se faz, de toda a tradição de trabalho sistemático que os centros científicos mais importantes apresentam O exemplo da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade de Minas Gerais, que não receberá este ano um só professor de outros centros, que é incapaz de reter em seus quadros, na maioria dos casos, os elementos que adquirem formação especializada no exterior ou outras partes do país - simplesmente para citar um caso que conhecemos de perto - mostra claramente como uma instituição que se pretenda científica não pode funcionar. A conseqüência é a rotina, o acomodamento a baixos níveis de exigência e cômodos níveis salariais. Em segundo lugar, trata-se da identificação errônea entre ciências sociais e ideologias políticas, que não é um apanágio exclusivo dos que confundem sociologia com socialismo. Esta identificação decorre, em grande parte, da tensão política e social em que vivemos, e que faz com que a dedicação à investigação sistemática, ao estudo a longo prazo, etc., provoque inquietudes e problemas de consciência a muitos intelectuais, atraídos a problemas imediatos de participação política. O exemplo do Departamento de Ciências Sociais, da Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo, que desenvolve um trabalho de alto nível científico que não é afetado, mas motivado, pelas preocupações mais gerais de seus membros, é uma exceção que confirma a regra . Um outro aspecto desta identificação errônea consiste em crer que o papel dos institutos e departamentos de Ciências Sociais é, fundamentalmente, de esclarecimento e divulgação. Em forma a caricatural, isto implicaria cm repetir, para o máximo número dc pessoas, as clássicas cifras sobre a concentração de terras, no Brasil, "e que, por isso, é necessário fazer Reforma Agrária", sem sentir-se na necessidade de conhecer mais sobre a estrutura rural brasileira, contentando-se com a indignação sentida e comunicada. A conseqüência é uma pressão sobre a ampliação de lugares e descenso de nível das Faculdades, uma crítica sistemática e global a seu caráter aristocratizante, e, em última análise, um tipo de terrorismo ideológico quase tão funesto quanto o terrorismo propriamente dito que passaram a viver nossas universidades depois de abril de 1964. A vulnerabilidade a estes terrorismos conduz à terceira explicação sobre nosso subdesenvolvimento em ciências sociais. Trata-se do fato tão conhecido da fala de tradição científica e universitária em nosso meio, do desinteresse da maioria das instituições pelo trabalho científico, da burocratização paralisadora - veja-se o exemplo já citado da Faculdade de Ciências Econômicas da U . M .G. Um olho sociologicamente treinado verá que esta falta dc tradição se traduz no fato de que o status do cientista, particularmente do cientista social, é difuso, ou seja, que ele não tem um lugar bem delimitado socialmente. Um sociólogo ou um cientista político é um ser misterioso, genial para uns, perigoso para outros, mas sempre tão indefinido que ele mesmo muitas vezes não sabe se explicar. Comparemos com o médico, de posição social reconhecida e indiscutível . Comparemos com o advogado, que mesmo estando presente a todos os problemas de prisões políticas e violências militares, nos últimos tempos, raramente foi molestado em suas atividades, rara mente seu exercício profissional foi identificado com subversão; porque todos sabem que o papel do advogado é defender os acusados. Esta indefinição do cientista social lhe provoca angústia, e o leva a optar. A opção poderá ser por definir-se claramente como político, ou como intelectual, ou escritor - que tem seu status mais claro e prestigiado entre nós - ou ligar-se às poucas instituições que lhe possam permitir um status mais preciso. Estas poucas instituições serão, em geral, de tipo internacional ou em contato estreito com grupos estrangeiros, e a conseqüência será que nosso cientista social pensará em si mesmo muito mais, como membro de uma comunidade internacional, ou de um país estrangeiro aonde reside seu grupo de referência (USA? França?) que do próprio; e seu trabalho contribuirá para aumentar ainda mais a assimetria intelectual entre o mundo desenvolvido e o subdesenvolvido, e ele se sentirá um estrangeiro em seu próprio país . Ainda que os temas que estude sejam relacionados a seu país, seu estilo, sua linguagem, seu público estarão localizados em outro marco. QUE FAZER? Diagnosticar um problema é sempre mais simples que solucioná-lo - esta é uma das fraquezas das ciências sociais. Entretanto, diagnóstico implica conhecimento, e quando conhecemos as partes que contribuem para um todo, sempre poderemos alterar o todo pela manipulação das partes . Desde que tenhamos claro, evidentemente, aonde queremos chegar. Podemos resumir em algumas proposições simples o resultado da discussão que acabamos de realizar: a) é necessário corrigir a assimetria entre o desenvolvimento da Ciência da Paz - e das ciências sociais em geral - entre os países desenvolvidos e os países subdesenvolvidos; b) esta correção não se pode fazer senão pela constituição, em países como o Brasil, de uma ciência social no mais alto nível possível, de acordo com os padrões internacionais; e) ainda que esta assimetria seja explicada por todo o contexto que caracteriza o subdesenvolvimento, sua correção não depende da superação do subdesenvolvimento, mas pode contribuir de maneira decisiva para ela. Isto é possível porque o trabalho científico é, por sua natureza, um trabalho de grupos reduzidos, e de custo baixo, principalmente no setor de ciências sociais; d) esta assimetria pode ser explicada, especificamente por três fatores:
1) a falta de contato e conhecimento com outros centros; 2) a indefinição do papel do cientista social, que se revela na confusão entre ideologia e ciência, trabalho de investigação e formação científica e militância política; 3) a falta de um lugar socialmente definido para o cientista social. O problema será resolvido pela solução destes três fatores. É claro que isto não é tão simples assim, dado que o incremento de contatos implica sempre o risco da alienação que indicamos acima, se os outros dois fatores não se resolvem concomitantemente, e a resolução destes dois é um campo aberto à discussão. Vejamos, para terminar, alguns aspectos dela. É uma questão elementar em sociologia que o lugar socialmente definido - status - é função do papel desempenhado, e que este, por sua vez, depende das expectativas orientadas para o ator, no nosso caso o cientista social . O problema não é tão simples quando as expectativas não estão claramente definidas e se contradizem, quando nosso problema é menos de conhecer um status do que criá-lo. Comecemos pelas expectativas. Uma característica da atividade científica é que ela é um investimento a longo prazo. O reconhecimento da insuficiência da análise econômica dos problemas do desenvolvimento - veja-se a grande incógnita que os economistas denominam fatores institucionais - abre caminho necessariamente ao cientista social de outros ramos, mesmo que não tenha, a curto prazo, possibilidades de responder adequadamente a uma série de questões. Este tipo de expectativa cria para o cientista social um papel técnico, mas também um papel científico, de investigações que, mesmo sem ter um impacto prático imediato, podem tê-lo a mais longo prazo. Além deste tipo de demanda, o cientista social está sujeito a um tipo de solicitação mais geral, por parte do grande público. Ele lida com problemas vividos dia a dia pelo homem do povo que não se interessa tanto por soluções técnicas quanto por respostas que o ajudem a encontrar o sentido da sociedade e do mundo em que vive. Estes tipos de demanda definem três papéis que o cientista social deve desempenhar; o papel de técnico, oferecendo soluções específicas a governos, a empresas, a partidos políticos; o papel de cientista, realizando investigações e trabalhos teóricos de acordo a padrões internacionais, e que possam dar base ao output nos outros dois papéis; e o papel de escritor, ou de intelectual, que impede que o cientista social se feche no recinto do gabinete ou da universidade, e esteja sempre em contato, por livros, jornais, revistas, conferências, com o grande público. É claro que nem todos os cientistas sociais deverão desempenhar estes três papéis ao mesmo tempo, é uma questão de personalidade, de formação, de oportunidade . Mas a existência dos três é indispensável para a configuração mais precisa de seu status. Este status deverá ser algo que possa somar estas três características. O cientista social deverá reivindicar seu direito à atividade científica ao nível mais alto, nas universidades, nos institutos de pesquisa de todos os tipos. Não deverá fazer concessões de nível quando se trate de publicações especializadas, de cursos de formação, de seminários . O contato com o público não poderá ser esquecido, mas deverá ser claramente distinguido do primeiro tipo de atividade. E, finalmente, o cientista social deverá procurar definir-se como uma profissão de utilidade técnica imediata, buscando oferecer soluções realizáveis a curto prazo por agentes específicos. Uma conseqüência desta atitude é que o cientista social não poderá ater-se exclusivamente aos grandes problemas, mas ser capaz de lidar com questões práticas de importância quotidiana. A regulamentação profissional legal é um elemento importante na definição deste status e esta regulamentação deverá incluir, necessariamente, os três tipos de papéis a que nos referimos.Concluamos. O surgimento e desenvolvimento da Ciência da Paz, nos países desenvolvidos, atrai nossa atenção para o problema mais geral do subdesenvolvimento de nossa ciência social, e é na solução deste problema que reside a possibilidade de corrigir a assimetria que ameaça agravar ainda mais nossa condição de dependência. A tese fundamental que desenvolvemos é que este é um problema de solução possível, que está nas mãos dos cientistas sociais brasileiros. Indicamos alguns caminhos possíveis de solução, que não pretendem encerrar a discussão a respeito, mas abrí-la A discussão é desejável e necessária. Mas, mais que discutir, é necessário que assumamos, imediatamente, nossos papéis e tratemos de desempenhá-los.

NOTAS:
1. Os dados são originários de respostas a questionários enviados aos endereços fornecidos pelas Comissões Nacionais de UNESCO, em resposta à solicitação do Departamento de Ciências Sociais desta Instituição. O primeiro estudo a respeito, ainda não publicado, é de Mari Holmboe Ruge Present Trends in Peace Research 1965.
2. As informações sobre os países socialistas parecem ser insuficientes; há razões para crer que o número de instituições dedicadas a Peace Research com este ou outro nome, é muito maior do que foi possível conhecer.
3. O Journal of Peace Research é publicado trimestralmente pelo Peace Research Institute de Oslo. As referências neste artigo correspondem ao volume 7, números 1 e 2, e 3/4, 1964.
4. Um estudo bastante abrangente sobre os aspectos positivos os dos conflitos é o de Lewis Coser, Las Funciones del Conflicto Social, tradução castellana do Fondo de Cultura Económica, México.
5. O desenvolvimento desta idéia pode ser encontrado na obra de Amitai Etzioni, Winning Without War, Doubleday & Co, , Inc., 1964.
6. Lincoln P. Blomfield e Barton Whaley, The Political Military Exercise, Center of International Studies, MIT, agosto de 1963 (mimeografado).
7. Johan Galtung, After the First Years - What? - Some notes on the Long-term Development of Peace Research, PRIO, Oslo, 1965 (mimeografado).
8. Yearbook of International Organizations, editado pela Union of International Associations (Bruxelas), 1962-3.
(Fim do artigo).
Publicado em Política Externa Independente, vol. 3, Rio de Janeiro, 1965, pp 109-125.