sexta-feira, 9 de agosto de 2013

BRASIL NUNCA MAIS DIGITAL

O projeto "Brasil: Nunca Mais" – BNM foi desenvolvido pelo Conselho Mundial de Igrejas e pela Arquidiocese de São Paulo. A iniciativa teve três principais objetivos: evitar que os processos judiciais por crimes políticos fossem destruídos com o fim da DITADURA MILITAR e obter informações sobre torturas praticadas pela repressão política verde oliva e que sua divulgação cumprisse um papel educativo junto à sociedade brasileira.
  A partir do exame de cerca de 900 mil páginas de processos judiciais movidos contra presos políticos, foram publicados relatórios e um livro de igual nome (BRASIL NUNCA MAIS, Editora Vozes), retratando as TORTURAS e outras graves violações a direitos humanos praticados durante a DITADURA MILITAR. As informações foram obtidas a partir dos depoimentos prestados pelos réus no âmbito dos tribunais militares. Essa, aliás, foi uma feliz iniciativa do BRASIL NUNCA MAIS: o uso de documentos oficiais do próprio Estado para comprovar a prática reiterada e institucionalizada da TORTURA como ferramenta de repressão por parte da DITADURA MILITAR.
Assim, em 15 de julho de 1985, quatro meses após a retomada do regime civil, foi lançado o livro “Brasil: Nunca Mais” com o objetivo de reconstituir parte da história das violações dos direitos humanos durante o regime militar. No campo político, impulsionou a ratificação pelo Brasil da "Convenção das Nações Unidas contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes" e influenciou os trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte que promulgou a Constituição de 1988, sobretudo quando esta define a tortura como crime inafiançável e insuscetível de anistia.
Dom Paulo decidiu doar toda a documentação do projeto, a fim de torná-la pública. O conteúdo foi oferecido, inicialmente, à Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e à Universidade de São Paulo (USP), as quais declinaram do convite. Ofertado, então, à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a instituição aceitou a documentação, com a ressalva de disponibilizar publicamente o material que fora preservado pelo Latin American Microform Project, do Center for Research Libraries.

BRASIL NUNCA MAIS DIGITAL 

Com o projeto "Brasil Nunca Mais Digital" esse acervo retornou ao país, estando totalmente acessível através da internet. 
A repatriação dos arquivos do BNM fortalece nossa democracia e contribui para a concretização dos direitos à verdade, à memória e à justiça, especialmente no momento em que o País passa a limpo sua história com o funcionamento da COMISSÃO NACIONAL da VERDADE. 

UM PROCESSO PEDAGÓGICO PERMANENTE 

Projeto Educativo
Com a publicação do site "Brasil Nunca Mais Digital", internautas poderão trocar experiências com esse passado negro para, como disse Paulo Evaristo Arns: "que não se esqueça e nunca mais aconteça".
Esperamos que com o início das atividades novos arquivos sejam descobertos e agregados ao site, uma vez que a construção do "Brasil Nunca Mais" é uma obra em aberto.
Seja bem vindo!
LINK: http://bnmdigital.mpf.mp.br/#!/o-que-e-o-bnm

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