quarta-feira, 11 de março de 2015

DÊEM UMA CHANCE À PAZ

O popular adágio: "Se queres a paz, prepara-te para a guerra" (Si vis pacem, para bellum) é de Flávio Vegécio, um personagem nebuloso do Império Romano que viveu no século IV dC. Ele escreveu um Tratado da Arte Militar (Epitoma rei militaris) do qual foi pinçado a famosa frase. Nunca gostei desse provérbio  por sua inspiração belicista, mas nunca parei para pensar nele.
    Agora há pouco descubro que Marcel Proust escreveu sobre isso. Num dos volumes de sua monumental obra prima Em Busca do Tempo Perdido, no volume A Prisioneira encontramos a seguinte análise do pensamento de Vegécio: O preparar-se para a guerra, que o mais falso dos adágios recomenda a quem diz desejar a paz, cria, ao contrário, nos adversários, primeiro a crença de que o outro quer o rompimento, crença esta que termina por provocar a ruptura; e depois outra crença em todos de que quem começou a guerra foi o outro.
   Convidado por Proust a analisar o conteúdo da exortação bélica vegeciana, chama a atenção o maquiavelismo do pensador militar, ele explora o medo, e aposta na desconfiança que as pessoas devem ter em relação às outras. Uma filosofia incompatível com a solidariedade, o amor ao próximo, o autruísmo, a ajuda mútua.
    O escritor e professor de ioga, José Hermógenes, pacifista de carteirinha, fez um trocadilho com a famosa frase belicista: "Se queres a paz, prepara-te para ela". Em latim daria "Se vis pacem, para pacem". Kennedy, não sei se tinha Vegécio em vista quando disse: "Apenas as armas não são suficientes para assegurar a paz. A paz deve ser assegurada pelos homens". Concluindo: Paz não é a simples ausência de guerra, paz é um projeto a ser realizado, é um objetivo a ser alcançado, um estado de convivência almejado e desejado. Há que haver uma opção preferencial pela paz, assim como a Igreja fez uma opção pelos pobres. Temos que pensar como Samuel Butler (1612-1680) "Uma paz injusta deve ser preferi
da a uma guerra justa".
   Concluindo com um pensamento meio enigmático: "A amizade sólida e a paz eterna entre todos os povos seriam sonhos? Não, sonhos são o ódio e a guerra, sonhos de que um dia os homens despertarão". Ludwig Börne (1786-1837).

domingo, 11 de janeiro de 2015

FALE AO MOTORISTA SOMENTE O INDISPENSÁVEL

Pois é seu motorista, como o mundo tem mudado não é? Antigamente o passageiro entrava pela porta traseira e descia pela porta dianteira. Com a roleta do trocador lá no final do veículo,
alguns pobres coitados, com a anuência do trocador passavam por baixo da roleta. Isso ocorria pelas costas dos passageiros. Agora com a entrada pela porta dianteira e a roleta à vista dos passageiros, nunca mais vi um miserável passar por baixo da roleta. Até porque a roleta possui um ferro que só deixa um palmo de espaço livre perto do chão. Por pouco a máfia não colocou um ferro pontiagudo para lanhar quem tentasse passar por baixo da roleta. Além disso tem filmadoras. Um colega seu me disse que o mafioso quando vê nos filmes que o motorista deu carona a algum necessitado, desconta do salário e ainda diz com sarcasmo que é uma "contribuição social". Isso tudo fez com que uma parcela da população passasse a percorrer longos percursos a pé. Esse sistema BRT fez com que um ponto de ônibus fique aqui e o próximo lá em caixa prego.
A proximidade do trocador com o motorista permite que quando são amigos sigam viagem batendo papo ao longo do trajeto, deixando a velha placa: "Fale ao motorista somente o indispensável" em má situação. 
O fato de os passageiros descerem pela porta traseira fez aumentar o número de quedas de pessoas, especialmente os idosos. Não é comum um idoso ter que fazer um pequeno escândalo na ora de descer para evitar que o motorista puxe o carro e ele caia no asfalto. Outra mudança é fazer com que o motorista seja ao mesmo tempo o trabalhador que conduz o veículo e o que recebe o dinheiro da passagem. O motorista como trocador. É compreensível que a máfia queira demitir os cobradores e queiram ficar apenas com os motoristas, causando desemprego. Mas é contraproducente e arriscado que motoristas tenham que passar troco, além de causar engarrafamento. Outro fator de engarrafamento é a proximidade da roleta da porta de entrada cercada como um curral onde não há cadeiras nem para idosos. Ônibus dotados de motorista/trocador deviam receber por passageiros apenas os usuários de cartões magnéticos. Motorista recebendo dinheiro e dando troco com o ônibus em movimento é um absurdo e um risco de vida. Por falar em idoso, a máfia carioca impõe que a maioridade começa aos 65 anos quando o Estatuto do Idoso fala em 60 anos. Em cidades como Recife e São Paulo a gratuidade vale a partir dos sessenta. Parece que uma lei já foi aprovada para corrigir essa anomalia, mas está engavetada aguardando a sanção do governador ou prefeito.
Outra mudança é o uso de micro-ônibus em linhas que deveriam ser servidas por ônibus. Resultado: pequenos ônibus cheios como latas de sardinhas. Outra mudança que revela o poder da máfia é a proibição de vans. Os passageiros são obrigados a esperar, às vezes, meia hora ou 40 minutos por um ônibus porque as vans foram proibidas pela máfia. Só mesmo a promiscuidade entre a máfia empresarial e os políticos explica isso. Que capitalismo é esse em que donos de empresas de ônibus conseguem a proibição de vans, quando os ônibus não dão conta do recado?
A população aceitou a proibição das vans por conta dos casos de estupro ocorridos no interior de vans. A máfia foi beneficiada por um sinistro.
O preço das passagens de ônibus no Rio de Janeiro já havia sido aumento de R$2,75 para R$ 3,00. O movimento reivindicando a anulação do aumento foi desencadeado, mas o cadáver do cinegrafista Santiago Andrade pôs um freio no movimento e o aumento prevaleceu. Nessa mesma época uma passagem de ônibus em Recife custava R$ 2,15. E os ônibus de Recife ostentam os certificados 9001 e 14001 (ecológico).
Agora mesmo acaba de nascer um movimento para forçar a anulação do roubo de 40 centavos sobre um preço de passagem já abusivo. O movimento tende a ganhar força até anular o aumento. A não ser que algum estranho sinistro mais uma vez venha em socorro da máfia.
No Rio de Janeiro o maior mafioso é dono de uns 5000 ônibus. Não tendo para onde se expandir no estado por causa de seus colegas, trata de expandir seus negócios em outros estados. O maior dono de ônibus de São Paulo comprou uma empresa de aviação. Ou seja donos de empresas de ônibus estão acumulando fortunas em detrimento do direito de ir e vir da população. Nos dias de hoje o "direito de ir e vir" não se restringe ao direito de andar à pé. Qualquer cidadão para se locomover de casa para o trabalho, o lazer, a igreja, a escola, etc., depende de um transporte. De modo que o transporte público é o fator que assegura o direito de ir e vir do cidadão civilizado e deveria ser grátis ou custar uns ridículos centavos.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

HOMENAGEM A LEANDRO KONDER (1936-2014)

HOMENAGEM A LEANDRO KONDER (1936-2014)

Meus pêsames à família e ao Brasil que sofre uma grande perda especialmente a esquerda brasileira que perde um cérebro afiado. Tive o privilégio de ter conhecido Leandro Konder pessoalmente e de ter sido influenciado por ele. Ninguém nasce comunista, a pessoa "vira" comunista. No meu caso me tornei comunista em função de livros que li. Um deles foi o "Marx: vida e obra" de Leandro Konder um livrinho de capa amarela publicado por José Álvaro editor. E outro foi um compêndio de Georges Politzer atualizado por dois discípulos seus, "Princípios Fundamentais de Filosofia". Foi bom ter lido os dois ao mesmo tempo porque o livro de Politzer era muito didaticamente stalinista e Konder já tinha uma postura crítica. Não quero dizer que minha postura crítica deveu-se à leitura de Leandro. A primeira vez que meu cérebro entrou em contado com a ideia da classe dos trabalhadores como classe dominante no governo da sociedade. Minha primeira reação foi "Não está vendo que um troço desses não pode dar certo"...Depois me acostumei com a ideia e hoje tenho certeza que o que não dá certo mesmo são os capitalistas no poder.
Mas voltando ao Leandro Konder. Fui camarada dele da mesma base do PCB. E uma impressão que me ficou foi que Leandro, um homem doce, afável, delicado, quando estava na posição de orador sabia falar com raiva (não lembro do conteúdo, mas aposto que era ele falando da direção do partido). Konder era "eurocomunista", seguidor de Gramsci e a direção do partido era "oportunista" ia para onde a União Soviética fosse.
Konder tinha um senso de humor muito interessante. Ele gostava de contar que quando menino ia atravessar a rua fora do sinal, de mãos dadas com seu pai, Valério Konder, o sinal abria e os carros começavam a avançar na direção deles, ele contava que seu pai dizia: "Corre que eles já nos viram". No curso que ele dava na UFF seu método de avaliação era pedir um único trabalho no final do curso. Às vezes tinha aluno que entregava apenas uma folha de papel de caderno escrita à mão. Uma vez ele pegou um desses "trabalhos", segurou com dois dedos, mostrou para a turma e comentou: "Deve ser provocação, não é não?".
Provocação fiz eu. No final do curso sobre dialética que Leandro frisou que falaria apenas de dialética na história e não na natureza. Meu trabalho foi exatamente sobre dialética na natureza. Foi um risco que corri, mas ganhei nota dez. Tive um professor de direito que dizia: "Se eu der aula sobre divórcio e o aluno na prova discorrer sobre casamento, vai levar zero!".
Certa vez Leandro deu um curso sobre liberalismo e cada aula era dedicada a um pensador. E um dia era Locke, outro Montesquieu, outro Rousseau e por aí vai. Na última aula Leandro começou a relacionar no quadro verde os filósofos dos quais falara. Depois que ele concluiu a lista. Comentei: Leandro está faltando alguém. Ele pensou, pensou e nada. E eu: O Marquêêêêêês! Ele ficou tão contrariado com o ato falho que apagou todo o quadro verde e escreveu em letras garrafais: SADE. O Marquês de Sade fora um dos filósofos liberais por ele focalizados no curso.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

A FIXAÇÃO JUDAICA EM DESTRUIR AS CASAS DOS PALESTINOS

Desde que tomei contato pela primeira vez com o que acontece no Oriente Médio e especialmente na interface bélica entre Israel e árabes da palestina ou do Líbano que me impressionei com o fato da destruição de casas dos árabes por Israel. Hilary Clinton também já notou isso e se pronunciou: "Israel demolir casas de palestinos é inútil".
Israel pretende ser o único país moderno e democrático do Oriente Médio. A civilização islâmica, para Israel é coisa de bárbaros. O discurso de Israel cada vez mais se revela como conversa mole para goy dormir. Um estado moderno e democrático tem que necessariamente ser laico. Israel é um "estado judeu". Theodor Herzl o criador do sionismo era um judeu materialista. Logo Israel ou é um "estado teocrático"; ou, se levou em consideração os judeus de um ponto de vista materialista, é um "estado racista". A ONU já aprovou uma Resolução apontando o sionismo como uma forma de racismo.
Mas fazendo abstração para o fato de ser um estado racista ou teocrático, e voltando para o tema deste post; Existe algum estado realmente moderno, algum país civilizado em que exista essa pena que Israel inflige a seu bel prazer aos palestinos de destruir suas casas?
Aqui no Brasil,em 1789, quando a gente ainda era uma colônia de Portugal, surgiu um movimento subversivo denominado Inconfidência Mineira que pretendia que o Brasil fosse um país independente. Portugal conseguiu abortar esse movimento e seu líder o Tiradentes foi enforcado e TEVE SUA CASA DESTRUÍDA e a terra do quintal e do jardim salgada "para que ali não brotasse nem capim". Resumindo: Israel é tão "moderno" quanto a Coroa portuguesa do século XVIII.

Na verdade a fixação demolidora faz parte dos princípios do sionismo. Ben Gurion em carta a seu filho datada de 1937 foi franco:

“Nós expulsaremos os árabes e tomaremos suas terras. Em cada ataque um golpe decisivo deve ser dado resultando na destruição de casas e na expulsão da população”.

Ben Gurion disse isso quando Hitler estava no auge do poder e Israel era ainda um sonho do sionismo. Dezesseis anos depois, exatamente em 1953 por ocasião do primeiro massacre de Qibya, Ariel Sharon ordenou pessoalmente a seus homens: "Quero o máximo de mortes e danos materiais" (maximal killing and damage to propety).
Agora em 2014 com o terceiro massacre de Gaza comandado por Benjamin Netanyahu, discípulo conspícuo de Ariel Sharon, Israel dá vazão à sua fixação (anal?) pela destruição de casas de palestinos.
Nos territórios ocupados Israel demole casas e depois dificulta ao máximo a aquisição de materiais de construção e nega alvarás "de construção"
Organizações de direitos humanos e as Nações Unidas criticam as demolições dos lares dos palestinos como sendo o que são: uma violação do direito internacional. E consideram que o governo de Israel na verdade utiliza as demolições como forma de punição coletiva e meio de confiscar terras viabilizando a expansão dos assentamentos judaicos.
Diante da sistemática demolição da infraestrutura urbana (e rural) palestina Maxwell Gaylard, Coordenador Humanitário das Nações Unidas para o Processo de Paz no Oriente Médio, declarou: "Israel tem a responsabilidade fundamental de proteger a população civil palestina sob seu controle e garantir seu bem-estar e dignidade".
Segundo o relatório "Demolições e Deslocamento Forçado na Cisjordânia Ocupada", 622 estruturas foram demolidas apenas em 2011. Incluindo casas, abrigos de animais, escolas, hospitais, e mesquitas. Mais de 60% dessas demolições deram lugar a assentamentos judaicos".

Agora mesmo o mundo todo assistiu a fantástica destruição que as Forças Armadas de Israel atacando a Faixa de Gaza (do tamanho da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro) por terra, mar e ar ocasionaram. E Benjamin Netanyahu não quer permitir a entrada de material de construção alegando que o Hamas vai usar para construir túneis.
Convido o leitor para refletir sobre tudo isso.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

A VINGANÇA DO ESTADO JUDEU

A Vingança do judeu é o título de um romance clássico da literatura espírita. O livro virou novela de televisão com o título Somos todos irmãos. Não sei se o povo judeu tem alguma relação com o espírito de vingança. A gente sabe que os cristãos valorizam muito a mensagem do perdão inerente à filosofia de amor ao próximo contida no Novo Testamento. Mas por alguma razão que a própria razão desconhece, nós temos que o Estado Judeu é vingativo. Pelo visto a máxima “olho por olho, dente por dente” foi aperfeiçoada para “joga-me um cisco no olho que te furo os dois olhos; quebra-me um dente que te arranco todos os dentes”.
Israel cultiva a memória do Holocausto como um ruminante de ressentimentos, leva seus adolescentes para visitar os campos nazistas de concentração e extermínio localizados na Polônia, e usa o Holocausto para justificar suas ações e até para amealhar dinheiro, segundo Norman Finkelstein.
Aliás, Israel deve sua existência ao holocausto. O lobby sionista formado para a criação pela ONU de um estado para os judeus e outro para os palestinos não teria tido sucesso não fosse o sentimento de culpa deixado no mundo civilizado pelo holocausto. Papel importante na criação de Israel teve o brasileiro Osvaldo Aranha. Antes falava-se que ele teria desempatado a votação ocorrida na Assembléia da ONU com seu voto de minerva favorável à partilha da palestina. Agora vejo pela internet versão que desmente essa história. Não teria existido tal voto de minerva. Mas continua sendo verdade que Osvaldo Aranha na época Presidente da Assembléia da incipiente ONU que contava com apenas 57 países membros trabalhou como um fiel escudeiro do sionismo, protelando a votação por três dias. Tempo esse que foi vital para que o lobby sionista conseguisse os votos necessários para a aprovação da partilha. Dizem as más línguas que rolou muito dinheiro.
A palestina foi dividida em dois estados. E a forma de gratidão de Israel pelo trabalho de Osvaldo Aranha em prol da criação do Estado de Israel foi dar a ele o nome de uma rua em Jerusalém.
Há poucos dias em virtude de o Brasil ter em duas notas condenado energicamente o uso desproporcional da força por Israel em Gaza. O Estado Judeu se vingou dizendo por meio de um porta voz que o Brasil é apenas um “anão diplomático”, “um país irrelevante”. No mínimo Israel foi desrespeitoso e ingrato com o país do qual dependeu para ter nascido. Até hoje Israel mama nas tetas do anão, quanto dinheiro de origem judaica não é carreado para Israel? É o destino certo do contrabando de nossas pedras preciosas.
O que parece é que o sionismo mudou de caráter. A princípio tinha por objetivo a criação de um lar nacional para os judeus da diáspora. Hoje com o Estado Judeu já de pé e consolidado, a natureza do sionismo mudou para o objetivo histórico da vingança do Holocausto. A vingança do Estado Judeu.
Essa atual campanha do Estado Judeu em Gaza, puro terrorismo de estado, puro e covarde massacre de um povo é pura vingança do Estado Judeu que está a se vingar do governo de coalisão celebrado entre os palestinos da Cisjordânia e da Faixa de Gaza. Netanyahu quer quebrar essa unidade com bombas. Fosse ele mais inteligente perceberia que o sofrimento que inflige aos palestinos consolida ainda mais a vontade geral desse povo. Ele também está se vingando dos acordos que Barack Obama celebrou com o Irã. O Estado Judeu se vinga dessa suprema ousadia da resistência palestina de querer atingir seus cidadãos com foguetes.

O DIREITO DE ISRAEL DE SE DEFENDER

Israel se esconde por trás de uma frase feita: "Israel tem o direito de se defender". É a frase com que Benjamin Netanyahu recebe Barack Obama, Angela Merkel ou quem quer que se dirija a ele para pedir moderação. Em seguida aperta o garrote vil no pescoço dos palestinos, o Hamas reage disparando seus foguetes. Aí, Israel usa o seu pretenso direito de defesa paracausar a destruição que estamos vendo na cidade de Gaza. O direito de defesa é um direito que todos possuem, é um direito tão importante que permite que a vitima mate o agressor "em legítima defesa". Ocorre que existe a figura do "excesso de legítima defesa" que é crime. Crime que pode ser culposo ou doloso. Mesmo que seja reconhecido que Israel está a fazer uso de legítima defesa, está claro que está exagerando. Curioso é que Israel do alto de sua arrogância não admite nenhuma crítica à sua ação militar em Gaza. O Brasil foi chamado de "anão diplomático" por ter criticado a truculência militar israelense. Devia ter mais respeito pelo país do qual Israel dependeu para poder nascer. Osvaldo Aranha é nome de rua em Jerusalém por causa disso. Até hoje Israel mama nas tetas desse anão, quanto dinheiro de origem judaica não é carreado para Israel? É o destino certo do contrabando de nossas pedras preciosas.
Israel põe em prática aquela "novilíngua" do "1984" de George Orwell e inverte o significado das coisas. Em princípio Israel é o agressor permanente que mantém um bloqueio militar à Faixa de Gaza. Os palestinos de Gaza vivem no que em linguagem militar se chama de "zona de morte". E é isso o que Israel semeia por lá. Em Gaza só entra ou sai quem ou o que os soldados israelenses permitem. Esses túneis que Israel está destruindo com bombas, tem tido para Gaza a função de respiradouros. Israel adora destruir com um prazer sádico casas de palestinos (para não dizer escolas, hospitais, rádios, jornais, mercados, mesquitas,etc) e depois proíbe a entrada de materiais de construção. Chego a pensar se Hitler não foi mais humano com os judeus. Num primeiro momento o ditador alemão queria mandar os judeus para a Ilha de Madagascar, premido pela violência da guerra (violência gera violência) surgiu a ideia da "solução final". A solução final consistia em matar os judeus com gás em ambiente fechado. Israel quer deixar o povo palestino de Gaza morrer à míngua a céu aberto (de outra feita já jogou fósforo branco de aviões sobre os palestinos). Sou capaz de apostar como o criminoso de guerra Bibi Netanyahu deve sonhar com uma "solução final" para os palestinos. Não tem é coragem de contar seu sonho. De modo que quem está usando do direito de se defender são os palestinos. O jurista brasileiro Machado Pauperio é autor de um livro intitulado "O Direito de Resistência", direito reconhecido a qualquer povo de resistir aos ditadores. No caso dos palestinos trata-se de resistir à dominação de uma potência estrangeira. É terrível essa situação de violência em Gaza. A paz está nas mãos de Israel que precisa parar com o bombardeio e com o bloqueio. Se Israel não fizer isso, o Hamas continuará jogando seus foguetinhos talvez com a "esperança" de que com o aumento do número de mortos, quem sabe duzentos mil mortos, façam com que o clamor internacional consiga demover Bibi.

sábado, 19 de julho de 2014

BENJAMIN NETANYAHU CRIMINOSO DE GUERRA

Esse canalha tinha que ser julgado por um tribunal como o de Nuremberg. Mentiroso, hipócrita e cínico ele diz que apenas quer "destruir a infraestrutura" do Hamas. E o que significa isso? A destruição da infraestrutura urbana do povo palestino. Israel destrói com suas bombas: escolas, hospitais, quadras esportivas, creches mesquitas, o sistema de abastecimento de água, de eletricidade, e de comunicação. Imaginem se a polícia militar do Rio de Janeiro resolvesse destruir a infraestrutura do Comando Vermelho privando a população favelada de água, luz e comida. Mais do que crime de guerra o que Netanyahu comete é crime de lesa humanidade. Muitas dessas instalações foram colocadas pela ONU, isso faz com que a agressão israelense se estenda à comunidade internacional.
Netanyahu se esconde por trás de uma frase grandiloquente "Israel tem o direito de se defender". Argumento idiota, todos têm o direito de se defender, o direito de defesa é um direito tão sagrado que até permite que a vítima mate o agressor. O que não elimina o fato de que o excesso de legítima defesa que pode ser culposa ou dolosa constitua-se num crime e que seu autor seja passível de imputabilidade penal.
Netanyahu não é um criminoso primário, ele já agrediu militarmente gaza várias vezes. A última vez em que ele jogou o peso dos ataques militares de Israel contra Gaza foi por motivo eleitoreiro, queria se habilitar junto ao eleitor israelense visando sua própria reeleição. A gente já conhece seu 'modus operandi, é o mesmo dos nazistas. Começa pelo fato de Israel ter transformado a Faixa de Gaza num gueto. Israel não invade Gaza apenas com tanques, leva junto tratores e motoniveladoras para abrir caminho para os tanques israelenses. Abre "estradas" largas o suficiente para que seus tanques possam ir e vir, ou seja, de mão dupla. Isso no meio do casario no qual vivem os palestinos. Imaginem por cima de quantas casas de palestinos passam os tanques israelenses.
Israel não invade Gaza com infantaria, não coloca seus soldados para lutar corpo a corpo, casa por casa com os homens do Hamas. Comedores de hamburguer e Coca-Cola, não têm condições de encarar os guerreiros do Hamas que lutam pela libertação de seu povo sem temer que os adora, a própria morte. A covardia israelense se esconde por trás apenas de bombardeios aéreos, mísseis e artilharia de tanques de guerra.
O que Netanyahu pretende com essa covarde agressão é romper a recente coalisão que reuniu o Hamas e a Autoridade Palestina. O pai da divisão que havia entre os palestinos foi o carniceiro-mor, Ariel Sharon, que o conseguiu por meio do arrocho do garrote vil israelense. Dividiu o governo palestino em duas facções. O aprendiz de carniceiro, Netanyahu, quer, usando o mesmo método de Sharon, romper a unidade do povo palestino recentemente reconstituída.
Não existe solução militar para esse conflito. Nem Israel pode ser varrido do mapa e nem a resistência do povo palestino. É possível que na mente doentia do criminoso Benjamin Netanyahu ele alimente a ideia de uma "solução final" para os palestinos da Faixa de Gaza. Tal solução revelaria ao mundo que sionismo e nazismo eram apenas suas faces de uma mesma moeda.
Não adianta colocar aqui quantos palestinos, a maioria civis incluindo crianças, morreram, quantos feridos e quantos refugiados tiveram seus lares destruídos. Basta colocar que para cada mil vítimas entre os palestinos temos uma israelense. E o taxímetro está funcionando.
A alternativa a essa exuberância irracional é a paz. A solução racional é a paz. E de quem se espera que partam os maiores esforços para a construção da paz? De Israel. Por que? Porque é o mais forte, segundo o princípio "a quem mais é dado mais lhe será cobrado". Quando um não quer, dois não brigam.